A andropausa pode causar grande variedade de sinais e sintomas e estar relacionada a diversas enfermidades do homem. Nos homens, os níveis de testosterona diminuem, em média, 1-2% por ano, após os 45 anos.
Talvez uma das maiores descobertas da andrologia nos últimos dez anos foi que a manutenção do nível da testosterona dentro de um patamar fisiológico, de acordo com as necessidades biológicas individuais, é fundamental para manter o equilíbrio e o bom funcionamento de todos os órgãos e sistemas biológicos.
A testosterona atua como um “maestro” que rege uma orquestra. Sob a sua batuta, se harmonizam as funções: cardiovascular, cerebral, muscular, sexual, óssea, entre outras. A recomendação atual é que, na suspeita de DAEM, a avaliação pelo médico do paciente é fundamental para que se estabeleça o diagnóstico de forma correta.
Muitos homens não estão seguros da maneira mais adequada de escolher um médico. O urologista é um dos especialistas que se ocupa da investigação, diagnóstico e conduta desta enfermidade.
O que é a testosterona?
A testosterona é um dos hormônios mais importantes do sexo masculino, produzidos nos testículos. Ela não apenas controla o desenvolvimento das características sexuais do homem e as funções de reprodução do seu corpo (desejo sexual, ereção, desenvolvimento e maturação do espermatozóide) como também desempenha papel decisivo na sua saúde e bem-estar físico e mental como um todo.
Sabe-se que a deficiência de testosterona pode causar grande variedade de sinais, levando a algumas doenças características do sexo masculino e à redução das ações desse hormônio necessárias à saúde do homem.
Se os sinais e sintomas da andropausa não forem tratados, pode haver agravamento do quadro, como osteopenia, que em alguns casos evolui para osteoporose (diminuição da densidade mineral óssea), levando ao aumento do risco de fraturas. Esse fato pode agravar-se com a redução concomitante da massa muscular. Homens com níveis baixos de testosterona têm chance 66% maior de desenvolver fratura do quadril. A testosterona ainda estimula a produção de glóbulos vermelhos (hemácias), portanto, a anemia pode ser um dos sintomas de andropausa. Os sintomas vão desde alterações de humor, baixa libido até aumento da distribuição de gordura corporal.
Nem todos os homens com deficiência de testosterona apresentam ao mesmo tempo todos os sinais e sintomas de andropausa descritos acima. O quadro normalmente evolui de maneira lenta e progressiva e se acentua de acordo com o grau de deficiência e com o tempo de permanência dos níveis baixos hormonais.Estudos recentes têm demonstrado diminuição da mortalidade em homens com DAEM que realizam reposição hormonal. Esta diminuição de mortalidade se deve principalmente por eventos cardiovasculares.
Diagnóstico
O diagnóstico da andropausa deve ser baseado nos sinais e sintomas acima descritos associados à dosagem de testosterona. Às vezes, uma única dosagem de testosterona nos níveis ‘normais’ não exclui o diagnóstico devido a variações cíclicas do hormônio.
É importante lembrar que a análise desse perfil hormonal deve ser realizada por um médico especialista na área. Nem sempre os valores de referência dos laboratórios são suficientes para fazer o diagnóstico.
Como é o tratamento?
O tratamento para andropausa é individualizado.
Nos pacientes que ainda desejam ter filhos, usamos medicações por via oral e injetáveis para estimular o testículo a produzir mais testosterona.
Nos pacientes que já têm prole constituída e não desejam mais ter filhos, fazemos a reposição com testosterona bioidêntica que pode ser utilizada na forma de gel transdérmico diário ou injeção intramuscular periódica. Implantes hormonais subcutâneos de “Chips” ou Pellets de testosterona também são uma opção interessante, porém com custo maior.
Com o envelhecimento da população, um número cada vez maior de homens busca não apenas cura de doenças, mas longevidade com bem estar. E a reposição hormonal, quando bem indicada, pode proporcionar melhora na qualidade de vida destes pacientes.