O ácido hialurônico utilizado como preenchedor é produzido principalmente por fermentação bacteriana, seguido de processos de purificação e reticulação química. O processo de reticulação é fundamental para aumentar a resistência à degradação enzimática e prolongar o tempo de permanência do gel nos tecidos. O agente de reticulação mais utilizado mundialmente é o 1,4-butanodiol diglicidil éter (BDDE), que confere estabilidade e segurança ao produto.
O processo de reticulação na fabricação do ácido hialurônico utilizado como preenchedor é realizado principalmente por meio de reação química entre o ácido hialurônico e agentes reticulantes, sendo o 1,4-butanodiol diglicidil éter (BDDE) o padrão ouro mundialmente utilizado. O ácido hialurônico, obtido por fermentação bacteriana, é dissolvido em meio aquoso altamente alcalino (pH > 11), onde o BDDE é adicionado para promover ligações covalentes entre as cadeias de HA, formando uma rede tridimensional estável e insolúvel,
A densidade e o grau de reticulação do gel são controlados ajustando a concentração de BDDE, a temperatura e o tempo de reação. Maior grau de reticulação resulta em maior resistência à degradação enzimática e maior tempo de permanência do preenchedor nos tecidos. Após a reação, o produto é extensivamente purificado para remover resíduos de BDDE e subprodutos, garantindo segurança e biocompatibilidade.
Alternativamente, outros agentes como o polietilenoglicol diglicidil éter (PEGDE) e aminoácidos (ex: lisina) podem ser utilizados, oferecendo diferentes perfis reológicos e potencialmente menor citotoxicidade. Novas técnicas, como reticulação por luz visível com fotoiniciadores, também estão em desenvolvimento para reduzir resíduos químicos.
Em resumo, a reticulação é um processo químico controlado que determina as propriedades físicas, estabilidade e segurança dos preenchedores de ácido hialurônico utilizados em medicina estética.
A densidade do ácido hialurônico (concentração em mg/mL) e o grau de reticulação variam entre marcas e linhas de produtos, influenciando diretamente as propriedades reológicas, como elasticidade (G’), coesividade e capacidade volumétrica.
Preenchedores com maior densidade e alto grau de reticulação (ex: Juvéderm Voluma/Vycross) apresentam maior durabilidade e resistência à degradação, sendo preferidos para aumento peniano quando se busca maior tempo de permanência do resultado.
Por outro lado, produtos menos densos e com menor reticulação (ex: Restylane, Belotero) são mais facilmente integrados ao tecido, têm menor tempo de permanência, mas são mais reversíveis e apresentam menor risco de nódulos persistentes.
A escolha entre diferentes marcas deve considerar o equilíbrio entre durabilidade, facilidade de reversão e perfil de segurança. Estudos comparativos mostram que as diferenças reológicas entre os produtos impactam diretamente o resultado clínico e a incidência de complicações, sendo essencial conhecer as características específicas de cada preenchedor para uso em preenchimento peniano.
As diferenças nos resultados do preenchimento peniano com ácido hialurônico de diferentes marcas estão diretamente relacionadas à densidade do produto (viscoelasticidade, grau de reticulação, concentração) e ao tempo de permanência do preenchedor no pênis.
Estudos clínicos mostram que o aumento de circunferência peniana é significativo com todos os tipos de ácido hialurônico, mas o tempo de manutenção do resultado pode variar: preenchedores mais densos mantêm o volume por até 18 meses, enquanto os menos densos podem apresentar redução mais rápida do efeito volumétrico. A satisfação dos pacientes é alta independentemente da marca, desde que o produto seja escolhido conforme o objetivo clínico e o perfil reológico.
Em resumo, preenchedores mais densos e reticulados proporcionam maior durabilidade do aumento peniano, enquanto os menos densos são mais facilmente reversíveis e apresentam menor risco de complicações persistentes. A escolha deve considerar o equilíbrio entre tempo de permanência desejado e segurança para reversão.
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