Obstrução dos ductos ejaculatórios ou trato genital distal: Obstruções anatômicas, como cistos de ducto ejaculatório, agenesia ou atresia de vesículas seminais (por exemplo, em mutações do gene CFTR), ou sequelas de cirurgias urogenitais, podem reduzir significativamente o volume ejaculado. Nesses casos, o sêmen tende a ser ácido (pH < 7,0) e pode apresentar ausência de frutose, sugerindo ausência da contribuição das vesículas seminais.
2. Disfunção ejaculatória: Aspermia (ausência de ejaculação) pode ocorrer por falha na emissão seminal (por lesão neurológica, como após dissecção de linfonodos retroperitoneais, lesão medular, ou cirurgias radicais de próstata) ou por ejaculação retrógrada, em que o sêmen é direcionado para a bexiga, frequentemente secundário ao uso de alfa-bloqueadores, neuropatias (diabetes mellitus, esclerose múltipla, doença de Parkinson) ou procedimentos cirúrgicos envolvendo o colo vesical ou próstata.
3. Idade avançada: O envelhecimento é um fator independente associado à redução do volume ejaculado, provavelmente devido à diminuição da função das glândulas acessórias e alterações hormonais.
4. Doenças prostáticas e hiperplasia prostática benigna (HPB): Homens com sintomas do trato urinário inferior (LUTS) e HPB frequentemente relatam diminuição do volume e força ejaculatório, com correlação direta entre a gravidade dos sintomas e a redução do volume.
5. Uso de medicamentos: Diversos fármacos podem impactar negativamente o volume ejaculado, incluindo alfa-bloqueadores (causando ejaculação retrógrada), antidepressivos tricíclicos, alguns anti-hipertensivos (como metoprolol e lisinopril), e antidiabéticos (como metformina).
6. Hipogonadismo: A deficiência de testosterona pode reduzir o volume ejaculado, pois todas as glândulas envolvidas na produção do sêmen são sensíveis aos androgênios.[1]
7. Fatores adquiridos e sistêmicos: Infecções urogenitais recorrentes (prostatite, prostatovesiculite), cirurgias urogenitais, trauma, radioterapia, quimioterapia, doenças sistêmicas (insuficiência hepática, renal), e exposição a toxinas ambientais também podem contribuir.
8. Fatores comportamentais e ambientais: Tabagismo, consumo excessivo de álcool, drogas recreativas, obesidade, estresse psicológico, idade paterna avançada e exposição ocupacional a toxinas podem estar associados à diminuição do volume ejaculado.
A avaliação clínica deve considerar a história detalhada, exame físico, análise seminal (incluindo pH e volume), e, quando indicado, exames de imagem para investigação de obstruções anatômicas.
Referências:
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