A resposta sexual fisiológica humana é crucial para satisfação e reprodução. A interrupção das vias neurofisiológicas associadas predispõe a um baixo desempenho sexual.
A forma psicológica mais prevalente é o transtorno do desejo sexual hipoativo (HSDD), que
afeta 8% dos homens, mas atualmente não tem opções de tratamento farmacológico eficazes.
O neuropeptídeo reprodutivo kisspeptina oferece um alvo terapêutico putativo, devido ao surgimento
compreensão de seu papel no comportamento reprodutivo.
Este estudo duplo-cego, cruzado de 2 vias, controlado por placebo (ensaio clínico randomizado) foi realizado em um único centro de pesquisa acadêmica no Reino Unido.
Homens heterossexuais comDesejo Sexual Hipoativo HSDD receberam kisspeptina ou placebo em resposta a estímulos sexuais visuais (vídeos e tarefas sexuais).
Os participantes compareceram em 2 visitas do estudo com pelo menos 7 dias de intervalo, de forma aleatória balanceada ordem, para infusão intravenosa de kisspeptina-54 (1 nmol/kg/h) por 75 minutos ou para administração de um placebo.
Foram analisadas mudanças na atividade cerebral com Ressonância Magnética em resposta a estímulos sexuais visuais, tumescência peniana e medidas comportamentais de desejo e excitação sexual.
RESULTADOS
Os 32 participantes tinham uma idade média (DP) de 37,9 anos e índice de massa corporal médio (DP) de 24,9.
A kisspeptina aumentou a atividade cerebral significativamente em comparação com placebo.
Além disso, foram observados aumentos significativos na tumescência peniana em resposta a estímulos sexuais (em até 56% a mais do que placebo) e medidas comportamentais do desejo sexual – mais notavelmente, aumento da felicidade em relação ao sexo.
CONCLUSAO
Este estudo fornece as primeiras evidências que a administração de kisspeptina modula substancialmente o processamento da atividade sexual cerebral em homens com diminuicao do desejo sexual HSDD. Eles apresentaramaumento da tumescência peniana e melhora nas medidas de desejo sexual e excitação. Esses dados sugerem que a kisspeptina tem potencial de ser o primeiro
tratamento farmacológico para homens com baixo desejo sexual.
Fonte Bibliográfica:
JAMA Network Open. 2023;6(2):e2254313. doi:10.1001/jamanetworkopen.2022.54313