O ácido hialurônico pode ser utilizado no pênis para o tratamento da ejaculação precoce?

Sim, conforme demonstrado por múltiplos ensaios clínicos randomizados, estudos prospectivos e meta-análises, a injeção de ácido hialurônico na glande peniana resulta em aumento significativo do tempo de latência ejaculatória intravaginal (IELT) e melhora da satisfação do paciente, com efeitos sustentados por vários meses e, em alguns casos, anos.

Os eventos adversos são geralmente leves e autolimitados, incluindo dor local, formação de nódulos e equimose, ocorrendo em aproximadamente 15% dos casos. 

No entanto, de acordo com a diretriz da American Urological Association/SMSNA, esse procedimento é considerado experimental e deve ser realizado apenas em contexto de pesquisa clínica aprovada por comitê de ética, especialmente em pacientes refratários às terapias comportamentais e farmacológicas convencionais. Não há padronização universal da técnica, e dados sobre segurança e eficácia a longo prazo ainda são limitados, reforçando a necessidade de estudos adicionais.

O ácido hialurônico não possui aprovação do FDA para essa indicação nos Estados Unidos. Portanto, embora haja evidências de benefício, o uso deve ser restrito a protocolos de pesquisa e casos selecionados, conforme as recomendações das sociedades urológicas.

Os estudos de acompanhamento de longo prazo sobre o uso de ácido hialurônico em procedimentos penianos mostram que os resultados em termos de aumento de circunferência e satisfação do paciente são mantidos por até 12 a 18 meses, com redução gradual do efeito ao longo do tempo, mas ainda significativamente superiores ao pré-procedimento.

Em relação à eficácia para ejaculação precoce, o aumento do tempo de latência ejaculatória persiste por pelo menos 6 meses, com alguns estudos mostrando benefício residual após 5 anos, embora com diminuição parcial do efeito.

Quanto à segurança a longo prazo, os eventos adversos tardios são raros e geralmente leves, incluindo dor local, formação de nódulos, edema, equimose e, ocasionalmente, migração do gel. Não foram relatadas reações alérgicas graves ou complicações sistêmicas nos estudos com seguimento de até 5 anos. A maioria das complicações pode ser manejada com técnicas apropriadas, incluindo o uso de hialuronidase para correção de assimetrias ou volumes residuais. Não há relatos de necrose, deformidade permanente ou eventos graves em séries prospectivas e randomizadas.

A manutenção dos resultados depende do volume injetado, técnica utilizada e características individuais do paciente. O ácido hialurônico é considerado seguro e eficaz para aumento peniano e tratamento da ejaculação precoce em protocolos bem estabelecidos, mas não possui aprovação do FDA para essas indicações nos Estados Unidos. A literatura destaca a necessidade de padronização técnica e estudos adicionais para avaliação de complicações tardias e durabilidade dos resultados.

Os dados atuais mostram que os efeitos adversos tardios associados ao uso de ácido hialurônico em procedimentos penianos, como nódulos ou assimetrias, são geralmente reversíveis com o uso de hialuronidase. A literatura em medicina estética e urológica indica que a administração de hialuronidase é eficaz para dissolver o ácido hialurônico residual, corrigindo assimetrias e nódulos, com taxas de sucesso superiores a 90% em séries clínicas e relatos de caso.

A reversibilidade depende de fatores como o tipo e grau de reticulação do ácido hialurônico, o volume injetado e o tempo decorrido desde a aplicação. Preconiza-se a injeção direta de hialuronidase na área afetada, com doses ajustadas conforme o volume e a resistência do gel; doses variam de 1,25 a 37,5 unidades para cada 0,1 mL de ácido hialurônico, podendo ser necessárias aplicações repetidas para géis mais densos ou persistentes. Multidoses em intervalos curtos podem otimizar a degradação do gel, especialmente em casos de maior reticulação.

As limitações descritas incluem a menor responsividade de alguns géis altamente reticulados, necessidade de múltiplas aplicações e risco raro de reações alérgicas ou anafilaxia, embora a maioria dos eventos seja leve e autolimitada. Não há relatos de complicações graves ou irreversíveis em séries clínicas de procedimentos penianos, e a hialuronidase é considerada segura e essencial para manejo de complicações.

Em resumo, a reversibilidade dos efeitos adversos tardios com hialuronidase é alta, com sucesso clínico na maioria dos casos, sendo as limitações principalmente relacionadas à variabilidade dos produtos e à necessidade de ajuste de dose e técnica.

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