Os HPVs são vírus que infectam humanos. Aproximadamente 70 a 80% dos homens e mulheres sexualmente ativos são afetados por esses vírus em algum momento de suas vidas. A infecção em mulheres, antes do início das relações sexuais, é pouco freqüente e ocorre em menos de 2% da população. Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV e cerca de 40 deles infectam as regiões genital e anal. Freqüentemente, uma pessoa é infectada por mais de um tipo de vírus.
Outros denominações como condilomatose, condiloma acuminado e “crista de galo” também podem ser usadas. A exemplo do herpes, o condiloma tem períodos de latência (remissão) variáveis de um indivíduo para o outro.
Causam lesões verrugosas, a princípio microscópicas e de difícil visualização a olho nu, que vão lentamente crescendo como lesões sobrepostas umas às outras, formando a designação popular de “crista de galo”. Podem chegar, em indivíduos com higiene precária, a lesões coalescentes e grandes.
Seu contágio é quase que exclusivamente sexual (gênito-genital, oro-genital ou gênito-anal) e sua manifestação depende da imunidade do contaminado.
A maioria das pessoas é infectada através de relações sexuais com penetração. O sexo oral, o simples contato entre os genitais e a transmissão através do contato entre as mãos e os genitais são muito menos freqüentes. Raramente, uma mulher contaminada passa a doença ao seu filho durante o parto vaginal.
Agrupamento de condilomas na região em torno do meato uretral. |
Quando as verrugas não estão presentes, a maioria das mulheres infectadas é identificada através do exame ginecológico de rotina com os testes de Papanicolau. Os parceiros sexuais de mulheres infectadas, mesmo na ausência de verrugas visíveis, devem ser considerados portadores do vírus, pois têm ou tiveram a doença em algum momento de sua vida. Exames como a peniscopia, que era realizada antigamente, são pouco sensíveis e sem nenhuma utilidade prática.
Pênis apresentando inúmeros condilomas
Muitas vezes, as pessoas não sabem que têm uma infecção por HPV porque não apresentam sintomas. Ou eles podem desenvolver sintomas anos após serem infectados.
Como ocorre a transmissão do HPV?
A maioria das infecções por HPV é transmitida através do contato pele a pele. O vírus entra no corpo através de um micro-corte ou abrasão na pele. Isso pode acontecer durante o sexo vaginal, anal ou através do toque sexual. O HPV também pode permanecer nos brinquedos sexuais, mesmo depois de limpos.
O HPV também pode ser transmitido durante o sexo oral. As infecções que causam cânceres relacionados ao HPV na garganta, faringe, palato mole, amígdalas e língua geralmente se espalham dessa maneira.
Não está claro até que ponto o HPV é transmitido através de beijos, mas acredita-se que o risco seja baixo.
O que se pode fazer para reduzir o risco de infecção pelo HPV?
Considere as seguintes precauções:
- Seja vacinado. O melhor momento para tomar a vacina contra o HPV é entre 10 e 12 anos, antes que uma pessoa se torne sexualmente ativa; no entanto, meninas, meninos, homens e mulheres também podem ser vacinados como adultos. Nos Estados Unidos, a vacina Gardasil 9 é aprovada para pessoas de 9 a 45 anos. (Gardasil 9 abrange nove tipos de vírus HPV.)
- Mulheres – faça exames de Papanicolaou regularmente, mesmo que você tenha sido vacinada contra o HPV. Se um dos parceiros tiver uma infecção conhecida por HPV (ou qualquer infecção sexualmente transmissível), não faça sexo até que a infecção tenha desaparecido.
- Não faça sexo se você ou seu parceiro tiver verrugas genitais. Tenha as verrugas tratadas o mais rápido possível.
- Conheça o histórico de saúde sexual do seu parceiro, incluindo o número de parceiros e experiências anteriores com infecções sexualmente transmissíveis.
- Use preservativos e barragens dentárias durante todos os encontros sexuais. Clique aqui para obter dicas sobre o uso correto de preservativos.
- Limite seu número de parceiros(as) sexuais. O risco de infecção pelo HPV aumenta com o número de parceiros(as) que você possui. Se seu parceiro teve vários(as) parceiros(as) sexuais, isso também aumenta seu risco.
O HPV pode causar câncer?
Sabe-se que existem quatro tipos de HPV responsáveis por causar 90% dos cânceres de colo uterino , 75% dos cânceres de vagina, 60% dos cânceres de vulva e 91% dos cânceres de ânus (a maioria em homens).
Existe tratamento para o HPV?
Não existe tratamento curativo para o HPV, mas em muitos indivíduos, as lesões regridem e desaparecem espontaneamente. O tratamento é apenas dirigido às lesões de pele ou mucosas e colo do útero. A maior parte das lesões penianas pode ser erradicada no consultório médico por eletrocoagulação ou crioablação.
Minha parceira tem HPV, porém, eu não tenho nenhuma lesão visível. Se eu não fizer exames e tratar a doença, ela vai ficar bem?
Uma vez que o indivíduo tenha sido exposto ao vírus, a evolução da doença não dependerá mais do estado do parceiro sexual. Mesmo se houver uma separação do casal, a doença relacionada com aquele tipo de vírus irá se comportar da mesma forma.
Lesões condilomatosas penianas típicas do Papiloma Vírus Humano
Lesões Perigenitais
Como podemos reduzir o risco de contrair HPV?
O uso de preservativos é recomendado e reduz a transmissão, mas não é completamente eficaz uma vez que o vírus pode estar presente em áreas não cobertas pelo mesmo.
A circuncisão reduz o risco de infecções genitais por HPV e também o risco de câncer de colo uterino, principalmente para as parceiras de homens de alto risco (início precoce da atividade sexual, seis ou mais parceiras, relações com prostitutas).
As vacinas são promissoras para indivíduos não expostos ao vírus. Recentemente, a vacina quadrivalente contra HPV tipos 6 – 11 – 16 – 18, foi eficaz em prevenir a doença em mais de 90% dos homens expostos ao vírus.
Qual a melhor forma de tratamento?
O tratamento consiste na eliminação das lesões. Atualmente a crioterapia (congelamento) é a forma rápida de remover as lesões. Pode ser realizada ambulatorialmente, no próprio consultório do urologista.
A crioterapia pode ser utilizado em lesões pequenas e pouco profundas, sem a necessidade de injeção de anestesia. O condiloma é congelado e cai, desaparecendo em alguns dias.
*** O Dr. Rossol realiza crioterapia de condilomas, em nível ambulatorial, no próprio consultório.
Vacina para o HPV
A vacinação é considerado o melhor meio de prevenção para o HPV. O CDC (Center for Disease Control and Prevention) recomenda que meninos e meninas entre 11 e 12 anos devam receber duas doses da vacina contra o HPV. A vacinação é recomendada até os 26 anos de idade para ambos os sexos.
Estudos recentes têm demonstrado que a vacina é eficaz contra os tipos oncogênicos de HPV.
Também sabemos que homens circuncisados (que realizaram postectomia) têm menor risco de contrair o HPV.
Fonte Bibliográfica:
CDC – Center of Disease Control
http://www.cdc.gov/features/HPVvaccine/
AUA Daily New – Congresso Americano de Urologia, Boston, EUA, 2017
Fotografias:
Arquivo pessoal – Dr. Rossol