O priapismo caracteriza-se pela ereção prolongada por mais de 6 horas. É considerada uma emergência médica. Seu diagnóstico e manejo inicial devem ser reconhecidos por todos os médicos, não apenas pelo urologista.
Classificação do Priapismo:
Priapismo de baixo débito: dá-se em conseqüência do aprisionamento prolongado do sangue venoso no corpo cavernoso. Tem como sua principal causa o uso de drogas vasoativas injetáveis (papaverina). Outro fator muito importante é a anemia falciforme, com manifestação de priapismo principalmente em crianças (64% dos casos). Como o sangue aprisionado é venoso, ocorre diminuição e, após, ausência de fluxo arterial no corpo cavernoso. A ereção torna-se dolorida e a isquemia após algumas horas é inevitável.
Priapismo de alto débito: Ocorre devido à fístula arterial (artéria cavernosa). Geralmente se sucede após um trauma perineal, com ereção prolongada e indolor. Como o acúmulo de sangue no corpo cavernoso é arterial, não ocorre isquemia. A história clínica do paciente geralmente permite distinguir os dois diferentes tipos de priapismo.
Tratamento:
Priapismo de baixo débito: Deve-se proceder à drenagem do corpo cavernoso de imediato. Geralmente usa-se um Butterfly calibroso (n 19) e punciona-se diretamente o corpo cavernoso do pênis. Apenas essa manobra dará resolução na maior parte dos casos. Como manobra auxiliar, pode-se injetar drogas adrenérgicas na base do pênis. Se a ereção persistir mesmo após a realização dessas manobras, então é necessária a intervenção cirúrgica de urgência através de shunts caverno-esponjosos.
Priapismo de alto débito: Pode ser necessária a confirmação com gasometria peniana. Se persistir a dúvida diagnóstica, a ecografia peniana com doppler deve ser realizada. A resolução do priapismo de alto débito pode ocorrer espontaneamente, sendo possível o manejo expectante. O padrão-ouro é a arteriografia, exame diagnóstico e terapêutico através da embolização seletiva da artéria afetada. Se ocorrer falha do método, são necessárias intervenção cirúrgica e ligadura da artéria.
Complicações:
O priapismo veno-oclusivo leva à necrose com fibrose dos corpos cavernosos e disfunção erétil, se não manejado a tempo (até 12 a 24 horas). As complicações precoces incluem hipertensão aguda, cefaléia, palpitações, arritmias cardíacas, infecção e injúria uretral por punção com agulha.
3 respostas
Tive um evento prolongado de priapismo e perdi a ereção. Existe tratamento para isso ?
Tem. Mas sugiro inicialmente avaliacão com urologista, exame físico e ecodoppler peniano com teste de erecão. Conforme estes resultados, ondas de choque taalvez poderão ser uma opcao de tratamento regenerativo. Talvez tratamentos paliativos como medicamentos orais, MUSE e medicamentos injetáveis. Em caso de disfuncao erétil severa será indicado o implante de prótese peniana.
Tenho anemia falciforme e ando tendo muita crise de priapismo sempre realizando a punção do sangue “aspiração” é possível que fique traumas??