Inibidores da PDE-5 (Medicamentos Orais)
Os inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (sildenafila, tadalafila, vardenafila, avanafila) atuam de forma indireta no processo de ereção:
- Mecanismo: Inibem a enzima PDE-5, que normalmente degrada o GMP cíclico (GMPc) nos corpos cavernosos
- Processo fisiológico:
- Requerem estimulação sexual para iniciar a liberação de óxido nítrico (NO)
- O NO ativa a guanilato ciclase, aumentando a produção de GMPc
- Os inibidores da PDE-5 impedem a degradação do GMPc
- Níveis elevados de GMPc causam relaxamento do músculo liso e aumento do fluxo sanguíneo peniano
- Limitação principal: Dependem da integridade dos nervos cavernosos para a produção de óxido nítrico, o que pode estar comprometido após prostatectomia radical
Alprostadil (Medicamento Injetável)
O alprostadil (prostaglandina E1) atua por mecanismo direto nos tecidos penianos:
- Mecanismo: Ativa receptores específicos de prostaglandina no músculo liso cavernoso
- Processo fisiológico:
- Ativa diretamente a adenilato ciclase, aumentando os níveis de AMP cíclico (AMPc)
- O AMPc promove relaxamento do músculo liso cavernoso independentemente do óxido nítrico
- Causa vasodilatação e inibição da atividade adrenérgica (que normalmente mantém o pênis flácido)
- Vantagem principal: Não depende de inervação intacta ou estimulação sexual, provocando ereção de forma direta
Diferenças Fundamentais
Aspecto | Inibidores da PDE-5 | Alprostadil |
---|---|---|
Via de administração | Oral | Injeção intracavernosa ou intrauretral |
Dependência de estímulo sexual | Sim | Não |
Dependência de inervação | Alta | Baixa |
Via bioquímica primária | GMPc | AMPc |
Eficácia após prostatectomia | Moderada (depende da preservação nervosa) | Alta (mesmo sem preservação nervosa) |
Início de ação | 30-60 minutos (oral) | 5-15 minutos (injeção) |
Efeito | Potencializa resposta natural | Provoca ereção diretamente |
Esta diferença fundamental no mecanismo de ação explica por que os medicamentos injetáveis como o alprostadil geralmente apresentam maior eficácia em pacientes após prostatectomia radical, especialmente naqueles sem preservação nervosa adequada ou na fase inicial da recuperação, quando a função nervosa ainda está significativamente comprometida.