A doença de Peyronie (DP) é caracterizada pela formação de placas fibrosas e inflexíveis na túnica albugínea do corpo cavernoso peniano. A túnica é a camada firme que engloba os corpos cavernosos. Essas placas podem causar dor, encurvamento peniano durante as ereções e/ou deformidades penianas, como formato de ampulheta. A DP grave pode levar a complicações como relações sexuais dolorosas, diminuicão do pênis, incapacidade de ter relações sexuais devido à gravidade da curva do pênis e disfunção erétil (DE).
Embora as estimativas sobre a prevalência da DP variem amplamente, vários estudos situam a faixa entre 0,3% e 13% em todo o mundo. Esta prevalência pode aumentar ainda mais em certas subpopulações. Por exemplo, a prevalência da DP é maior em homens que foram submetidos a uma prostatectomia radical.
Na mesma linha, existem vários fatores de risco conhecidos para DP. História de lesões genitais e/ou perineais, prostatectomia transuretral, cistoscopia, diabetes mellitus, hipertensão, lipoma, uso de propranolol, história de contratura de Dupuytren, tabagismo e consumo de álcool.
A fisiopatologia exata da DP é mais difícil de definir. Dada a natureza complexa da doença, é geralmente entendido que a fisiopatologia da DP é multifatorial. Em quase todos os casos, a DP é provavelmente causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
Neste momento, não existe nenhuma população conhecida que esteja geneticamente predisposta à DP. No entanto, isso não significa necessariamente que não haja componente genético na DP. Alguns especialistas teorizaram que uma proporção de homens pode ter maior probabilidade de responder ao trauma microvascular no pênis com uma resposta de cura hiperativa – resultando num risco aumentado de formação de placas de DP. Atualmente, isso é apenas uma teoria.
Outra teoria é que o arranjo dos vasos sanguíneos na túnica albugínea (em que as artérias são amortecidas por um manguito de tecido conjuntivo frouxo e as veias entram em contato direto com a túnica fibrosa) cria uma resposta inflamatória aprisionada quando a túnica é danificado por trauma contuso. Essa resposta aprisionada poderia então facilitar a produção de fibras de colágeno dentro da túnica albugínea, que seriam as placas de DP mencionadas anteriormente.
Mais pesquisas são necessárias para determinar a verdadeira fisiopatologia da DP, e essas teorias podem ser bons pontos de partida para estudos. Conhecer a prevalência, os fatores de risco e a possível fisiopatologia da DP pode ajudar os profissionais de saúde que diagnosticam e tratam pacientes com DP.
Fonte:
https://www.smsna.org/news/smsna/the-prevalence-risk-factors-and-pathophysiology-of-peyronies-disease